GEISA GONZAGA
(Minas Gerais – Brasil )
Mineira de Formiga, Geisa mudou-se para Brasília em junho de 1960.
Viu a Nova Capital crescer e contribuiu com a sua população denado-lhe 7 filhas, 13 netos e 3 bisnetas.
Aposentada do serviço público federal, hoje (em 2011), além de escrever e ler muito, praticar jardinagem e viajar, exercia a função de assessora da Câmara Alta.
Tem um livro publicado — Devaneios de Poeta — e participa da II Antologia Antologia da “Poemas à Flor da Pele. Tem, também, um poema musicado Anand Rao.
FINCAPÉ – Coletivo de Poetas. Org. Menezes y Moraes. Brasília: Thesaurus Editora, 2011. 280 p. 12,5 X 22, 5 cm
ISBN 978-85- 7062-969-1 Ex. bibl. Antonio Miranda
Porta-joias
No meu porta-joias
guardei seu bilhete
precioso demais
pra deixar por aí.
Juntei-lhe as pétalas
das últimas rosas
que você enviou
na semana passada.
Mas todas as noites
reabro e releio
as palavras de amor
ali registradas
e sorrindo adormeço
com a doce certeza
que outros bilhetes
e outras rosas vermelhas
ainda virão.
Novamente juntos
Vieste ver-me no último domingo
na hora mágica da Ave Maria,
e, à suave luz do crepúsculo colorido,
abraçaste-me e beijaste-me com doçura.
Provei de novo o sabor da tua boca,
ouvi teu riso puro e cristalino,
tive teu corpo mais uma vez colado ao meu
e senti teu cheiro, me enlouqueci de amor.
Naquele momento, que era só nosso,
tempo e espaço desapareceram.
Em louca explosão de paixão e entrega,
corpos e almas fundiram-se num só corpo.
Surgia a alvorada quando tu partiste,
e, à suave luz do dia que nascia,
beijaste-me com carinho e disseste adeus.
Fiquei sozinha... a solidão doeu em mim!
Alegria e Dor
leve aragem que sopra
tem gosto dos seus beijos,
tem cheiro do seu corpo
tem alegria e tem dor.
A leve aragem que sopra
tem gosto de saudade:
ora doce, ora salgada,
ora riso, ora lágrima.
A leve aragem que sopra
parece sussurrar meu nome,
é sua voz a me dizer:
estou chegando... ou adeus.
Do alto do penhasco
perscruto o mar e procuro,
às vezes o vejo afastar-se,
em outras o avisto chegando,
Jardim da esperança
No meu jardim da esperança
entre o verde e o amarelo
as rosas em sua pujança
preenchem o meu anelo
Os lírios e as margaridas
que invadem o canteiro
são as flores mais queridas
e florescem o ano inteiro
As borboletas faceiras
saltitam de flor em flor
cobrindo as belas roseiras
de luz e de muita cor
O bem-te-vi assanhado
expulsa o beija-flor
que se vai todo acanhado
em busca de outra flor
Os pirilampos em festa
fosforescem no jardim
iluminando a floresta
explodindo dentro de mim
Incongruência
Ontem não queria você,
sonhei as amarras
e me pus ao mar.
Deixei o vento me levar,
naveguei ao léu,
fugi de lhe encontrar.
Hoje quero o porto do amor,
quero ancorar os meus anseios.
saciar meus desejos,
sofrer de amor,
de amor morrer
nos braços seus
Amanhã... Será outro dia...
*
VEJA e LEIA outros poetas de BRASÍLIA em nosso Portal:
http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/distrito_federal/distrito_federal.html
Página publicada em março de 2022
|